sábado, 19 de julho de 2008

Para cá de onde dorme o sol
Eu fico todas as tardes
A ver se ele se vai embora
E me deixa confiado
Às memórias de outrora

Em que levantámos tendas
Soprámos canções de guerra
Semeámos nesta terra
Novos sonhos que ainda agora
Parecem sonhar de novo

Sagres, tu sabes, como se arma o coração
Agarrámos uma vida, desatámos a paixão
Sagres, tu sabes, na ponta da solidão

No palco de uma fogueira
Entre risos de medronhos
Fomos as noites dos loucos
Escondidos nas piteiras
E os beijos não foram poucos
A noite não tinha céu
O dia não tinha chão
O tempo não tinha cara
E o mar tomávamos conta
Dos cinco dedos da mão


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