sexta-feira, 5 de dezembro de 2008



Era tudo quando ela me dizia, "Benvindo a casa", numa voz bem calma
Acabado de entrar, pensava como reconforta a alma
nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado
e de repente era assim, do nada, como um ser iluminado -
e tudo fazia sentido, respirar fazia sentido, andar fazia sentido, todo o pequeno pormenor em pensamento perdido
era isto que realmente importava, não qualquer outro tipo de gratificação
Não o que se ganhava não o bem que dizem de nós não, não, não
um novo carro, uma boa poupança, nem sequer a família, ou a tal aliança - nada...
Apenas duas palavras, um artigo, formavam a resposta universal
A minha pedra filosofal
Seguia para dentro do nosso pequeno universo
Um pouco disperso - pronto, dísponivel para ser submerso
Naquele mar de temperatura amena que a minha pequena abria para mim sempre tranquila e serena

Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior

Bem-vindo a casa dizia quando saia de dentro dela
O bonito paradoxo inventado por aquela dama bela
Em dias que o tempo parou, gravou dançou, não tou capaz de ir atrás, mas vou
porque sou trapalhão, perdi a chave, nem sei bem o caminho
nestes dias difusos em que ando sozinho e definho
à procura de uma casa nova do caixão até a cova
o percurso é duro em toda a linha, sempre à prova

Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior

Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu pedido de desculpas, de Socorro, de abrigo
não consigo ver uma razão para continuar a viver sem a felicidade do meu lar
da minha casa, doce casa, já ouviram falar?
É o refúgio de uma mulher que deus ousou criar
Com o simples e unico propósito de me abrigar
Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá fora
Faz tanto frio cá fora que eu já não vejo a hora...


Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior

1 comentário:

Tinkerbell disse...

Manuel Cruz no seu melhor (: